sexta-feira, 2 de novembro de 2007

NENHUM EXTREMO AJUDA EM NADA.



Por


Rev. João d'Eça





Tenho ouvido de vários pastores e de pregadores, principalmente alguns televisivos, de que não é importante a leitura e o ensino da Bíblia na Igreja.
Dizem eles que: “O cristianismo nunca foi a religião de um Livro”, dizem também que: “tinta sobre papel é letra e a letra mata”, dizem mais: “cristianismo é Cristo encarnado, ressurreto e vivo entre nós”

Talvês seja por isso que a Igreja está morrendo e muitos estão pensando que os “cultos auto-ajuda” nos quatro cantos desse país é a mesma coisa que avivamento, não é! A igreja está confusa e os cristãos doentes da alma.

Onde não há ensino sério da Palavra de Deus, há morte certa. Os absurdos que vemos acontecer no meio evangélico é resultado dessa morte. Se não há leitura da Palavra de Deus (a Bíblia), se não há vontade de se alimentar com ela, é porque esses estão mortos espiritualmente. Sem a Palavra o que resta é somente a morte.

Como pode alguém morto espiritualmente interessar-se pelo alimento espiritual que está na Escritura Sagrada? Um morto não procura alimento, um morto não procura o remédio para a sua doença, ele está morto, ora!

A nossa tarefa (é por isso que existe este blog), é anunciar e ensinar a Palavra de Deus, para que os mortos espiritualmente possam ouvir a Verdade de Deus e receber do Senhor a Vida Eterna.

Reconhecemos que existem aqueles que são “letrados”, mas somente isso, não dão valor a sensibilidade espiritual, ao lado emocional também. Estes tornaram-se “secos”, “vazios”, mortos espiritualmente. Sim, mortos espiritualmente, ai sim, a palavra de Paulo cabe bem “A letra mata, mas o espírito vivifica” (II Cor. 3:6). Cabe dizer aqui que é “espírito” (idéia predominante, significação, sentido) e não “Espírito” (terceira pessoa da Trindade).

É muito importante o estudo teológico-hermenêutico-exegético, mas há aqueles que ficaram viciados nisso e esqueceram da sensibilidade espiritual, da iluminação do Espírito Santo, da elucidação divina. Uma coisa tem de estar aliada a outra.

É mais triste ainda, quando vemos os que desprezaram por completo a Bíblia e o estudo teológico-hermenêutico-exegético sério, para darem ouvidos a “vozes”, a “novas revelações”, que podem muito bem ser “vozes” e “revelações” diabólicas, travestidas de Revelação de Deus (II Cor. 11: 14).

Pastores que não se esforçam mais para estudar a bendita Palavra de Deus, iluminados e orientados pelo Espírito do Senhor. Que vão para a igreja pregar os seus sermões sem ter estudado. Que esperam que, como num “passe de mágica”, o texto, o tema, os pontos, o conteúdo, a conclusão e a aplicação, caiam do céu. Entram aflitos na Igreja e às vezes, inconscientemente, capturam a palavra de um determinado irmão, um acontecimento momentâneo, uma lembrança, que vem de repente, para se sentirem à vontade e ai, começam a pregar as “abobrinhas” de sempre, a “encher lingüiça” e depois dizem que foi a “inspiração divina”.

Muitos palestrantes por ai, são mais autênticos, pois decoram os seus jargões, recheiam com alguma novidade, mas continuam com a mesma proposta, ou seja, todos sabem que é a mesma mensagem de otimismo sempre.

Assim está acontecendo em muitas igrejas: o que está sendo pregado é “otimismo” de marketeiros e não “todo o conselho de Deus” (Atos 20: 27).

Os dois lados estão errados: Os que não estudam mais e estão matando a igreja pelo “analfabetismo bíblico desenfreado” e os que estudam “demais” e estão matando a igreja pelo desprezar da verdade que diz: “O vento (Espírito) sopra onde quer” (João 3:8). Preferem tapar os ouvidos, que ouvir o sussurro espiritual.

Já me deparei com “supostos” pastores e “supostos” teólogos que diziam crer em novas revelações. Lhes disse que qualquer experiência individual e pessoal, não pode ser base pra absolutamente nada, principalmente quando se trata de doutrina e ensino bíblico. É subjetivo. Eu e ninguém pode provar que é mentira, e nem o autor da experiência pode provar que é verdade. Fica no campo da subjetividade, nada além disso.

A Palavra de Deus, o estudo das línguas originais, a hermenêutica e a exegese, o conhecimento da geografia, da história, dos costumes e outros, é que irá ser usado pelo Espírito Santo, para esclarecer na mente daquele que prega ou ensina, para que o seu trabalho seja perfeitamente entendido pelos receptores da Palavra. Porém todas essas coisas citadas sem o domínio do Espírito na vida daquele que fala, é mera aula secular, sem unção, sem poder.

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