segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

VAI 2014, CHEGA 2015

2014-2015[1]

Está quase na hora.... e vejo com fracasso plangente rolar pela ladeira íngreme da eternidade passada o ano de 2014.

Já não existe quase, pois vai desaparecendo para sempre por detrás do cenário da vida! Ele rola e desaparece, como um morto em sua cova, levando consigo mais uma parte da nossa existência efêmera, como a da erva, tenebrosa, muitas vezes, como as brumas da noite em pleno oceano, enfadonha como a dos viajantes entre as avalanches dos Alpes ou dos polos, e cheia de lágrimas, como são os campos cheios de orvalhos pela manhã.

Ele vai e nós o seguimos, pois na estrada da nossa peregrinação – eu vejo poucos passos além, um novo marco com esta inscrição: 2015!

E assim passa o tempo e assim se acaba a nossa vida, sem sabermos como, e assim desaparece tudo com a rapidez vertiginosa do vôo das Águias por sobre os Andes, ou da carreira do barco veleiro sobre no lago sereno, que reflete e a luz da lua. E assim desce mais uma vez o passo no proscênio da vida, e eu, involuntariamente triste, e involuntariamente comovido, digo: adeus 2014!

 Mas, “por que estás triste ó alma minha, e porque te conturbas dentro de mim?”[2]  Pois ali vem sair do seu Thalamo oriental o novo sol de janeiro, o astro rei de 2015, adornado de luz mais brilhante e mais vivificadora que a que viste esconder-se hoje em seu ocaso, mais pura que o ouro de Ophir, cercado de cortinas purpurinas, mais ricas que a dos palácios de Tiro.
Ei-lo ai vem, para iluminar o mundo e dar vidas aos homens.... e com toda e efusão do meu coração, curvando-me aos pés do meu Deus, saúdo o novo ano, o ano de 2015.

A terra começa a percorrer galhardamente a sua órbita, saudando em sua passagem Às constelações do zodíaco, os dias sucederão a outros dias, as semanas a outras semanas, os meses a outros meses e tudo se repetirá da mesma maneira, de sorte que se poderá dizer: Vês isto, é novo? Pois o que foi isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; mas entre toda essa sucessão invariável, uma cousa deve variar, uma coisa deve progredir, uma coisa deve viver – a nossa fé, a nossa caridade.

“Vejamos pois como andamos prudentemente, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus”[3]. Esquecemo-nos do que fica para trás, redobremos as nossas forças, como a da Águia, “cinjamo-nos de novo com toda armadura de Deus e comecemos de novo a correr com paciência a carreira que nos está proposta”[4], “correndo não como a coisa incerta, combatendo, combatendo, não como ferindo o ar, mas olhando para Jesus, príncipe e consumador da fé e lançando mão da vida eterna para a qual fomos chamados”.[5]

Maranhão, 31 de dezembro de 1895
Belmiro César




[1] Esse texto de autoria do Rev. Belmiro de Araujo César, foi originalmente publicado no dia 08 de fevereiro de 1896 no jornal O Estandarte, logo depois de ele ter chegado a São Luís para pastorear a IPB no lugar do Rev. Dr. George Butler. Foi mudada e adaptada a data de 1895-96 para 2014-2015.
[2] Salmo 42.11
[3] Ef. 5.15
[4] Ef. 6.13
[5] I Co. 9.24-26

sábado, 27 de dezembro de 2014

O MINISTRO DO EVANGELHO E O SEU AUDITÓRIO

O ministro pode dizer como João Wesley: “O mundo é minha paróquia.” Então a magnitude de seu campo servirá para estimulá-lo.

Pode admitir a modificação deste lema proposto por Dean Stanley: “Minha paróquia é meu mundo.” Então sentirá que todos os seus interesses intelectuais e espirituais se concentram sobre ela.

Pode finalmente reunir as duas máximas e procurar, com o tempo, abarcar o mundo em sua paróquia, estendendo pouco a pouco a esfera de sua atividade.

Entendendo que a sua paróquia é composta daqueles que assistem aos cultos e o escutam juntamente com os enfermos que não podem ir ao templo, interessa em alto grau o maior auditório que puder.

Sendo tantos os assuntos, se o indivíduo tem algo que dizer digno de ouvir-se, reunirá necessariamente seu próprio auditório. Que apresente a matéria de que se ocupa de uma forma exata e atrativa, e se aumentará insensivelmente o número daqueles que procuram ouví-lo.

Na pregação do Evangelho não se encontra nenhuma exceção a esta regra. Os exemplos de pregadores que estão inseridos nos locais onde pessoas humildes residem, conseguem reunir grandes congregações.

Quando Whitsfield visitou Londres, nenhum ministro o convidou para pregar em sua igreja. Ele então foi para o campo e milhares de pessoas o seguiram desejosos de ouvir a sua pregação, e entre eles homens como David Hume e Chesterfield.


O Evangelho, mais do que outro tema atrai multidões, quando apresentado de forma fiel e interessante. Não há outro assunto igual a palavra do Evangelho que seja capaz de atrair pessoas. Se os pastores estão tendo os seus auditórios diminuídos, a causa do mau êxito está no modo de expor o Evangelho. Muitas são as causas de auditórios diminutos, mas a razão determinante é a maneira pouco atraente em que o pregador apresenta o Evangelho. Uma pregação monótona, a falta de uma resolução firme para despertar o interesse de seus ouvintes, tem esvaziado os auditórios.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O "VALE-TUDO" PARA ENCHER IGREJA - PREGADORES CARNAIS ATRAINDO CARNAIS COM SUAS PREGAÇÕES CARNAIS.

VALE TUDO PARA ENCHER IGREJA?

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Rev. João d'Eça

“Se você utiliza-se de meios carnais para atrair os homens, você irá atrair homens carnais, e, terá de usar outros meios carnais para mantê-los na igreja." (Paul Washer).

O fato de a igreja está cheia, não significa necessariamente que é uma igreja bíblica, baseada numa pregação com base na Escritura Sagrada. 

Muitas igrejas cheias de homens carnais, pregando mensagens carnais, mas nessas igrejas também temos um pequeno grupo de pessoas que honestamente querem a Cristo e sua verdadeira Palavra. Eles desejam honesta e sinceramente ser transformados. Eles precisam de verdadeira adoração em suas igrejas, e as Sagradas Escrituras sendo pregada a eles. 

Os pastores brasileiros foram contaminados com um grande pecado. Esse grupo pequeno de pessoas convertidas nas igrejas locais, tudo o que eles querem é amar e obedecer a Jesus e fazer o que é correto segundo a Escritura Sagrada. Eles querem viver uma vida de pureza, eles querem a verdade, eles querem a Cristo. 

Muitos desses pseudo-pastores, para manter esse grande grupo de pessoas carnais, estão pregando o que eles querem ouvir, geralmente sermões recheados de receitas de auto-ajuda e preleção vazia de conteúdo bíblico. Quando eles alimentam esses homens e mulheres carnais com coisas carnais, estão deixando morrer de fome as ovelhas de Deus e ai eles terão de prestar contas ao Deus Vivo no dia do juízo.

A noiva de Cristo está sendo atacada por lobos vorazes, por malfeitores vestidos com capa de pastores e nós não podemos ser coniventes com eles, devemos denunciá-los e combate-los.... senão, quando o noivo voltar, ele punirá severamente os que atacaram a sua noiva e punirá também os que nada fizeram para impedir isso.

A maior parte da liderança evangélica no Brasil está servindo a pessoas carnais e deixam a noiva de Cristo sofrer com mentiras e espetáculos grotescos, pseudo-espirituais, mas que são a essência da carnalidade.... estes receberão o juízo implacável de Deus.

Muitos jovens crentes e sinceros gostariam de ouvir pregações expositivas da Bíblia, mas suas igrejas estão lhes oferecendo uma espécie de humanismo pagão, espetáculos circenses, sincretismo religioso, preleções de auto-ajuda “gospel”, ao invés de pregação bíblica verdadeira.


A Escritura diz para esses pilantras que se dizem representantes do evangelho, que se auto-denominam pregadores da Palavra... que seria melhor para eles, “que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar” (Mt. 18.6).

Termino com o que disse João Calvino:

"Se um cachorro ver o seu dono ser atacado, ele avança no agressor para proteger o seu dono... eu seria pior do que um cachorro, se visse a verdade de Deus sendo vilipendiada e ficasse calado."

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

31 de outubro de 1517 - DIA DA REFORMA PROTESTANTE


Hoje é o Dia da Reforma... em 31 de outubro de 1517, às 5 horas da manhã, Martinho Lutero afixou na porta da igreja do Castelo de Wittenberg, as suas 95 teses. Foi o dia que marcou o retorno da cristandade à Palavra de Deus... Até então a Igrejas Católica Romana vinha atolada em corrupção, desmandos e imoralidades... O monge agostiniano, estudante em Erfurt, insatisfeito com a vida depravada do clero, começou a pregar sobre mudanças e sobre um retorno às Escrituras Sagradas. Deus levantou príncipes e prelados para o ajudarem politicamente, já que esses príncipes e prelados estavam insatisfeitos com o poder romano, na pessoa do papa Leão X, que para pagar as suas despesas pessoais de extravagância, convocou João Tetzel para sair pela Alemanha cobrando indulgências, que nada mais eram do que títulos de propriedade do céu e perdão definitivo de pecados.

Tetzel tinha um ditado que dizia: "Assim que a moeda tilintar no fundo do baú, mais uma alma sai do purgatório e voa para o céu"..... Lutero combateu esse abuso e muitos outros mais, e por esta razão foi convocado a uma reunião em Worms para renegar os seus escritos.... ele com muita coragem e determinação disse: "Não posso e não devo ir contra a minha consciência, se vocês me provarem pela Escritura Sagrada que eu estou errado, eu renego cada coisa que escrevi..."

O imperador Carlos V, juntamente com o clero, planejaram mata-lo, mas ele foi sequestrado por seus amigos antes e levado para o castelo de Wartburg onde passou 10 meses traduzindo a Bíblia para a língua do povo alemão... Esse ato causou a ira da igreja romana, que viu ai sua hegemonia desaparecer e tentaram a todo custo matar Lutero, não conseguindo por causa da proteção que ele recebia dos príncipes e prelados alemães, que queriam se ver livre da opressão papal.

Lutero casou-se com Katerina von Bora e com ela teve filhos. Escreveu mais de 60 mil páginas e dentre essas, várias obras de cunho religioso abordando temas teológicos e políticos/sociais que consolidou a Reforma na Alemanha, em toda a Europa e se espalhou pelo mundo inteiro.

Essa data é a segunda mais importante da cristandade, ficando atrás somente das comemorações do Natal que celebra o nascimento de Jesus, a encarnação do Verbo Divino. O dia da Reforma celebra o retorno do cristianismo à Bíblia Sagrada, ao caminho da Verdade, à liberdade de consciência e a uma consciência cativa à Escritura Sagrada, Palavra de Deus.

A Reforma Protestante de 31 de outubro de 1517 reformou não só a igreja, mas também a doutrina, a liturgia, a fé, a educação, a política, trazendo desenvolvimento para o mundo. O mundo de hoje deve à Reforma do século XVI o seu desenvolvimento e a sua cultura. As nações mais poderosas da terra surgiram à partir da Reforma: Estados Unidos, Canadá, a Inglaterra se consolidou como nação protestante e a Reforma empurrou as nações católicas a descobrirem o Novo Mundo.

O legado trazido a nós pela Reforma Protestante deve ser celebrado com honra e respeito. Os cinco “solas” [somente] da Reforma deve também ser o nosso lema de vida:

- Sola Fide [somente a fé];
- Solo Christo [somente Jesus Cristo];
- Sola Scriptura [somente a Escritura Sagrada];
- Sola Gratia [somente a Graça]
- Soli Dei Gloria [somente a Deus toda glória]

Que Deus seja louvado por intervir na história, levantando o homem Lutero para ser seu instrumento de transformação e retorno à Verdade.


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A IGREJA É HIPÓCRITA POR CONDENAR A HOMOSSEXUALIDADE E NÃO O DIVÓRCIO?

A IGREJA É HIPÓCRITA POR CONDENAR A HOMOSSEXUALIDADE E NÃO O DIVÓRCIO?

Por

Kevin DeYoung 

Não é hipocrisia da parte dos cristãos que eles protestem tão ruidosamente sobre a homossexualidade quando o problema real do casamento nas nossas igrejas é o divórcio? Ao longo de muitos anos debatendo essas questões em minha própria denominação, frequentemente me deparei com a réplica do divórcio: “É fácil para você implicar com a homossexualidade porque esse é o problema na sua igreja. Mas você não segue os seus próprios princípios. Se você seguisse, estaria falando a respeito do divórcio, visto que esse é o maior problema nas igrejas conservadoras”.

Uma cortina de fumaça
Quando se trata de debater homossexualidade entre cristãos, a questão do divórcio é tanto uma cortina de fumaça quanto um incêndio. É uma cortina de fumaça porque as duas questões — divórcio e homossexualidade — estão longe de serem idênticas.

Para começar, não existem grupos em nossas denominações cuja razão de existência seja a celebração do divórcio. As pessoas não estão advogando por novas políticas nas nossas igrejas que afirmam o bem intrínseco do divórcio. Conservadores, na cultura e na igreja, continuam falando sobre homossexualidade porque essa é a linha de falha no momento. Nós adoraríamos conversar (e nós conversamos) sobre como ter um casamento saudável. A propósito, nós adoraríamos gastar todo o nosso tempo falando sobre a glória da Trindade, mas a batalha no momento (pelo menos uma delas) é quanto a homossexualidade. Então não podemos nos silenciar nessa questão.

O que também é muito importante, a proibição bíblica do divórcio explicitamente permite exceções; a proibição contra a homossexualidade não. A posição protestante tradicional, conforme afirmado na Confissão de Fé de Westminster, por exemplo, mantém que o divórcio é permissível com base em infidelidade conjugal ou a deserção de um cônjuge incrédulo (CFW 24.5-6). Embora a verdade seja que a aplicação desses princípios é difícil e a questão do recasamento após o divórcio fica ainda mais complicada, mas quase todos os protestantes sempre consideraram que o divórcio às vezes é aceitável. Em outras palavras, homossexualidade e divórcio são questões diferentes porque, de acordo com a Bíblia e a tradição cristã, aquela sempre está errada, enquanto esta não.

Por fim, o argumento “e quanto ao divórcio?” não é tão bom quanto parece, porque muitas de nossas igrejas levam o divórcio seriamente. Sei que muitas igrejas não o fazem (falarei mais sobre isso daqui a pouco). Mas muitas das mesmas igrejas que se pronunciam contra a homossexualidade também se pronunciam contra o divórcio ilegítimo. Eu preguei sobre divórcio diversas vezes, incluindo um sermão de alguns anos atrás intitulado “What Did Jesus Think of Divorce and Remarriage?” (“O Que Jesus Pensava Sobre Divórcio e Recasamento?”) Eu já falei mais sobre homossexualidade na blogosfera porque existe uma controvérsia em torno do assunto na cultura e na igreja em geral. Mas eu nunca me esquivei de falar sobre divórcio. Eu levo a sério tudo o que a Confissão de Fé de Westminster diz sobre casamento. O casamento deve ser entre um homem e uma mulher (CFW 24.1). É dever dos cristãos casar apenas no Senhor (CFW 24.3). Apenas adultério e deserção obstinada são bases para o divórcio (CFW 24.6).

Como conselho de presbíteros, nós tratamos essas questões com a seriedade que elas merecem. Nós pedimos a novos membros que se divorciaram que expliquem a natureza do divórcio e (se aplicável) o recasamento. Isso já resultou em ocasiões de potenciais novos membros abandonarem a nossa igreja. A maioria dos casos de disciplina que encontramos como presbíteros têm sido sobre divórcio. A maioria das crises de cuidado pastoral em que nos envolvemos têm se tratado de casamentos que fracassaram ou estão fracassando. Nossa igreja, como muitas outras, levam a sério todo tipo de pecado, incluindo o divórcio ilegítimo. Nós nem sempre sabemos como lidar com cada situação, mas posso dizer com a consciência completamente limpa que nunca fizemos vista grossa ao divórcio.

E, indubitavelmente, um incêndio
Tendo dito tudo isso, é indubitável que muitos evangélicos têm sido negligentes ao lidar com o divórcio ilegítimo e o recasamento. Pastores não têm pregado sobre o assunto por medo de ofender um grande número de seus membros. Os conselhos de presbíteros não têm praticado a disciplina eclesiástica naqueles que pecam nessa área porque, bom, eles quase nunca praticam a disciplina. Conselheiros, amigos e pequenos grupos não se envolveram a tempo de fazer uma diferença em situações de pré-divórcio. Advogados cristãos não pensaram sobre sua responsabilidade em encorajar a reconciliação conjugal. Líderes de igreja não ajudaram seus membros a entender o ensino de Deus sobre a santidade do casamento, e não ajudamos aqueles erroneamente recasados a experimentar o perdão por seus erros passados.


Então sim, temos cristãos com traves nos olhos entre nós. A igreja evangélica, em muitos lugares, desistiu e cedeu à pressão do divórcio e do casamento. Mas a solução para essa negligência não é mais negligência. A cura lenta e dolorosa é mais exposição bíblica, mais cuidado pastoral ativo, mais uso fiel da disciplina, mais aconselhamento impregnado pela Palavra e mais oração — pelo divórcio ilegítimo, pelo comportamento homossexual e por todos os outros pecados que são mais facilmente tolerados do que confrontados.

Extraido Site
Editora Fiel

sábado, 13 de setembro de 2014

SOU CRISTÃO E COMUNISTA ??? - PARTE II

O Manifesto Comunista foi escrito por Karl Marx, nascido de pais judeus e educado nas Escrituras Hebraicas. Os pais de Marx adotaram o cristianismo quando ele era uma criança de seis anos, aumentando assim a herança do Antigo e Novo Testamentos sobre a sua vida. 
            Apesar de seu ateísmo e mais tarde do seu anti-eclesiasticismo, Marx aprendeu que Jesus se preocupava com os menos favorecidos da sociedade. Em seus escritos ele enfatiza que o comunismo enfatiza uma sociedade sem classes, porém é fácil constatar que o comunismo criou novas classes e um novo léxico de injustiças.
            Não devemos negar que o Evangelho está cheio de expressões de preocupação pelo bem-estar dos mais pobres. Quando lemos no “Magnificat”:

Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos. Amaprou Israel, seu servo, afim de lembrar-se da sua misericórdia…. (Lucas 1.52-54).

            Em um outro texto Jesus referindo-se ao profeta Isaias diz:

O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; A apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do Senhor, para que ele seja glorificado. (Isaias 61.1-3).


            Os cristãos reconhecem o ideal de uma unidade do mundo em que todas as barreiras etnicas são abolidas. O cristianismo repudia o racismo. O preconceito racial é uma negação flagrante da unidade que temos em Cristo, pois em Cristo não há “judeu nem gentio, nem escravo nem livre, [nem branco e nem preto], nem homem e nem mulher, porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gálatas 3).

            A igreja é desafiada a tornar o evangelho de Jesus Cristo relevante dentro da situação social. O Evangelho é uma via de mão dupla. De um lado, procura-se mudar a alma humana, e, assim, uni-las a Deus; por outro, procuramos mudar as condições sociais dos homens de modo que o homem possa viver bem nessa presente economia. Esse era o pensamento dos reformadores do século XVI.

            Precisamos ser honestos e concluir que a igreja de um modo geral, excetuando-se algumas igrejas e denominações, não tem sido fiel à sua missão social sobre a questão da justiça. Esta falha é devido, não só ao fato de que a igreja tem silenciado e se tornado indiferente na esfera política, principalmente por causa da cultura da corrupção enraizada na sociedadede, e que atingiu a igreja, onde muitos líderes corruptos tem manchado o bom nome da igreja por causa da corrupção que praticam.

            Diante do desafio comunista, devemos examinar honestamente as fraquezas do capitalismo tradicional. Com toda a justiça, temos de admitir que o capitalismo muitas vezes tem deixado um abismo entre a riqueza supérflua e pobreza extrema, à partir de luxo para poucos e miséria para muitos. Porém ainda assim, o capitalismo é um melhor sistema que o socialismo. Através de reformas sociais, o capitalismo ocidental está fazendo muito para reduzir essa tendência. Como nenhum sistema é perfeito, mesmo porque o homem não é perfeito, ainda há muito a ser realizado.

            A motivação do lucro, quando é a única base de um sistema econômico, estimula a concorrência acirrada e a ambição egoísta, que inspira os homens a estarem mais preocupados com ganhar a vida. Será que não estamos inclinados a julgar o sucesso pelos nossos salários e pelo tamanho do aro da roda dos nossos carros, e não pela qualidade do nosso serviço e dos nossos relacionamentos com o nosso próximo? 

            O capitalismo pode levar a um materialismo prático que é tão pernicioso quanto o materialismo teórico ensinado pelo comunismo. Devemos honestamente reconhecer que a verdade não pode ser encontrada nem no capitalismo tradicional, nem no marxismo. Cada um destes tem um pouco de verdade parcial. O capitalismo não conseguiu discernir a verdade no empreendimento coletivo e o marxismo falhou em ver a verdade no empreendimento individual. 

            O capitalismo do século XIX não conseguiu perceber que a vida é social, e o marxismo falhou, e ainda falha, em ver que a vida é individual e social. O Reino de Deus não é nem a tese da empresa individual nem a antítese do empreendimento coletivo, mas uma síntese que reconcilia a verdade de ambos. 

            Finalmente, como cristãos, somos desafiados a dedicar nossas vidas à causa de Cristo, mesmo quando os comunistas dedicam a vida deles ao comunismo. Nós, que não podemos aceitar o credo dos comunistas, reconhecemos que eles tem um senso de propósito e destino, e que eles trabalham com paixão e assiduamente para ganhar outros para o comunismo. Nós cristãos estamos preocupados em ganhar outros para Cristo? Muitas vezes nós não temos zelo por Cristo e nem entusiasmo pelo seu reino. 

            Para muitos cristãos, o cristianismo é uma atividade de domingo e que não tem relevância para a segunda-feira, e a igreja seria pouco mais que um clube social com uma fina camada de religiosidade. O que representa Jesus para nós? O seu senhorio é afirmado em sua vida? Será que o fogo do cristianismo está queimando nos corações de todos os cristãos com a mesma intensidade que o fogo de Carl Marx está queimando nos corações dos comunistas?

            Precisamos nos comprometer de novo à causa de Cristo. Devemos recuperar o espírito dos reformadores do séc. XVI. Precisamos olhar para o estilo de vida dos primeiros cristãos. Onde quer que os primeiros cristãos iam eles davam um testemunho triunfante de Cristo. Fosse nas ruas, nas vilas ou nas prisões, eles ousadamente proclamavam as boas novas do Evangelho. A recompense para este testemunho audacioso foi muitas vezes a agonia torturante da cova dos leões, ou a dor de torturas e chicotadas, mas eles continuaram na fé, e até a morte não era um sacrifício muito grande. 

            Quando eles entravam numa cidade, a estrutura de poder era perturbada. O Evangelho trazia o calor refrescante da nova vida para os homens cujas vidas tinham sido endurecida pelo longo inverno do tradicionalismo. Eles exortavam os homens a abandonarem os seus pecados e a se revoltar contra velhos sistemas de injustiça e as velhas estruturas de imoralidade. Quando os governantes se opunham, mesmo assim essas pessoas cheias da graça de Deus, continuaram a proclamar o evangelho.

            Onde vemos esse tipo de fervor hoje? 
            Onde vemos esse tipo de ousadia, compromisso revolucionário a Cristo hoje? 
           
            Será que não está escondido atrás das cortinas de fumaça dos altares? 
            Será que não está enterrado em um túmulo chamado politicamente correto? 

            Cristo deve ser mais uma vez entronizado em nossas vidas. Esta é a nossa melhor defesa contra o comunismo. Devemos nos envolver em um impulso positivo para a democracia, percebendo que a nossa maior defesa contra o comunismo é tomar a ação ofensiva em favor da justiça e da retidão. Devemos com ação positiva procurar remover as condições de pobreza, insegurança, injustiça e discriminação racial que são o solo fértil onde a semente do comunismo cresce e se desenvolve. O comunismo só prospera quando as portas da oportunidade estão fechadas e as aspirações humanas são abafadas. Cristianismo é acolhimento em amor e solidariedade.

            Como os primeiros cristãos, temos de avançar por um mundo hostil e armado contra o Evangelho revolucionário de Jesus Cristo. Com este poderoso Evangelho que deve desafiar corajosamente as injustiças e, assim, acelerar o dia em que:

Todo vale será exaltado, e nivelados todos os montes e outeiros; o que é tortuoso será retificado, e os lugares escabrosos aplanados. A glória do Senhor se manifestará, e toda a carne a verá, pois a boca do Senhor o disse. (Isaias 40.4,5)

            Nosso desafio e nossa oportunidade sublime é dar testemunho de Cristo para um mundo perdido e embriagado com a sua própria volúpia egoista e pecaminosa. Se aceitarmos o desafio com dedicação e valor, iremos tornar o mundo seguro para a democracia e seguro para os cristãos.


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

SOU CRISTÃO E COMUNISTA ?????

“SOU CRISTÃO E COMUNISTA”

Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum.
(Atos 4.32)

Introdução:
        
         Na entrevista do candidato Flávio Dino ao Governo do Maranhão, pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B), ele citou ao reporter Sidney Pereira o texto de Atos 4.32 que encima esse artigo, para tentar provar que a filosofia comunista é bíblica. Num lance exegético sofrível, ele tentou ligar a situação da igreja cristã nascente com os princípios filosóficos comunistas.
        
         O candidato na tentativa de iludir os mais ignorantes usa um texto bíblico fora de contexto. No contexto dos primeiros cristãos, a comunidade vivia na perspectiva do retorno iminente do nosso Senhor Jesus Cristo, e não fazia sentido ter posses, já que a volta de Cristo era esperada para aquela geração, portanto, não faz nenhum sentido tentar dizer que os cristãos viviam uma filosofia comunista no início.

         O assunto que deve ser discutido não somente em tempos de eleição, mas também, no dia-a-dia da vida, e que exige uma discussão mais aprofundada e sóbria é o comunismo.

         Dentre tantas razões porque o ministro evangélico deve se sentir obrigado a falar a seu povo sobre este tema pertinente, principalmente num momento delicado por que vive o Brasil, elencarei três razões, que são:

         1) O reconhecimento da ampla influência do comunismo, como uma onda vermelha que se espalhava pela Rússia, China, Europa Oriental, chegando até a América Latina, onde hoje, grande parte dos líderes políticos reivindicam uma nação bolivariana em toda a América do Sul. No auge da onda vermelha, o comunismo tinha quase um bilhão de pessoas que acreditavam em seus ensinamentos, onde pelo menos metade dessa multidão abraçava o comunismo como uma nova religião e a ela se entregaram completamente.

         2) Não podemos e nem devemos ignorar a força do COMUNISMO, a razão principal é que o comunismo, assim como o islamismo (eles são parentes próximos), são o único rival sério para o cristianismo. Ninguém que familiarizado com os fatos do nosso mundo contemporâneo pode negar que o comunismo é rival do cristianismo.

         3) A última das três razões, é que o COMUNISMO tem ludibriado uma imensidão de pessoas, e por causa dos governantes passados, em sua grande maioria corruptos, o povo ficou desesperançado, vítimas incautas de um discurso populista dos partidos de esquerda do Brasil.

         Mas o que fazer? Que respostas dar à comunidade crista brasileira?

         Muitas pessoas cristãs estão com um orgulho indevido, se identificando com o COMUNISMO. Tenho visto a frase “SOU CRISTÃO E COMUNISTA” espalhada pela cidade e afixada em carros de crentes e em camisas que eles vestem. Mas não é justo condenar um sistema antes de sabermos o que esse sistema ensina.

CRISTIANISMO É DIFERENTE DE COMUNISMO

          Minha premissa principal aqui é: o comunismo e o Cristianismo se excluem. O verdadeiro cristão não pode ser um verdadeiro comunista, as duas cosmovisões são antitéticas e absolutamente nada pode reconcilia-las. Por que isso é verdade?:

         1) O comunismo está baseado numa cosmovisão materialista e humanista da vida e da história. De acordo com a teoria comunista, o que há é somente matéria, não existindo portanto, mente ou espírito, eles se julgam a última palavra em termos de verdade, for a dos seus postulados, tudo é falso. Esta filosofia e suas premissas são declaradamente secularistas e ateistas. De acordo com eles, Deus é apenas um produto da imaginação, a religião é um produto do medo e da ignorância, e a igreja é uma invenção dos governantes para controlar as massas. Além disso, o comunismo, como o humanismo, prospera com a grande ilusão de que o homem, sem a ajuda de qualquer poder divino, pode salvar a si mesmo e inaugurar uma nova sociedade.
        
         2) O comunismo é ateísmo frio com vestes do materialism. O comunismo não dá nenhum espaço para Deus ou Cristo. No centro da fé cristã está a afirmação de que Deus é o supremo criador e sustentador do universo. Um ser de infinito amor e poder ilimitado, Deus é o conservador dos valores. Em oposição ao materialismo ateu do comunismo, o cristianismo postula que Deus é a realidade última, essa realidade não pode ser explicada pela matéria em movimento ou pelas forças econômicas. O Cristianismo afirma que no centro da realidade, Deus é um Pai amoroso que trabalha através da história da salvação dos seus eleitos. 

O COMUNISMO E O RELATIVISMO ÉTICO
        
         O homem não pode salvar a si mesmo, pois ele não é a medida de todas as coisas e a humanidade não é Deus. A humanidade está presa pelas correntes de seu próprio pecado e finitude, o homem precisa de um Salvador. O comunismo está baseado no relativismo ético e não aceita absolutos morais estáveis. O certo e o errado são relativos, dai a mudança de comportamentos antes tidos como imorais e ilegais do ponto de vista ético e moral, e a exigência de que se aceite essas mudanças sob pena de punição legal.
        
         O comunismo explora a filosofia de que o fins justificam os meios. Ele enuncia a teoria de uma sociedade sem classes, onde todos os indivíduos são nivelados por baixo e onde todos se submetem a um poder central que se introniza como se fora Deus. Os métodos usados para alcançar esses objetivos são a infiltração em todas as áreas da sociedade: movimentos sociais, movimentos populares, escolas, universidades, sindicatos, formação de conselhos populares, e, quando esses objetivos forem atingidos, o próximo passo será eliminar a oposição (a quem eles chamam de “contra-revolucionários” e “inimigos do povo”), através da violência, assassinato e tortura. Esses são considerados meios justificáveis ​​para atingir o fim pore les proposto.
        
         Nas palavras do ditador soviético, Lenin, está a real estrategia da teoria comunista. Diz ele: "Devemos estar prontos para empregar trapaça, fraude, violação da lei, na fonte e esconder a verdade” (grifo meu).  Milhares de inocentes na Rússia, na China, em Cuba e em outras repúblicas socialistas, já conheceram muitas noites tortuosas e dias cheios de terror, porque os seguidores do COMUNISMO levaram esta afirmação à sério. 

O CRISTIANISMO E OS ABSOLUTOS DE DEUS

         Contrastando com o relativismo ético do comunismo, o Cristianismo estabelece um sistema de valores morais absolutos e afirma que Deus colocou dentro da própria estrutura do universo certos princípios morais que são fixos e imutáveis. A lei do amor como um imperativo é a norma para todas as ações do homem. Além disso, o cristianismo se recusa a viver por uma filosofia dos fins que justificam os meios. Meios destrutivos não podem trazer fins construtivos. Meios imorais não podem trazer fins morais.

O COMUNISMO E O ESTADO SOBERANO


         O comunismo atribui valor final ao Estado. O homem é feito para o Estado e não o Estado para o homem. A teoria comunista é que o Estado é uma "realidade provisória", que irá "desaparecer" quando a sociedade sem classes emergir. Na teoria comunista, o homem não tem direitos inalienáveis. Seus únicos direitos são derivados, e conferido pelo Estado. Debaixo desse sistema não existe liberdade. Tudo fica restrito ao controle do governo, sejam a imprensa, as reuniões (clubes, igrejas, etc.), o voto, a liberdade de ouvir e de ler o que quiser, a arte, a religião, a educação, a música e a  ciência, tudo controlado pelo comitê central do partido. O homem deve ser um servo obediente ao Estado onipotente.

         Tudo isto é contrário não à doutrina cristã de Deus. O Cristianismo ensina que o homem é a coroa da criação, e que é muito importante porque ele é filho de Deus, feito à Sua imagem e semelhança. O homem é mais importante do que um animal guiado por forças econômicas; ele é um ser de espírito, coroado de glória e honra, dotado do dom da liberdade. A fraqueza final do comunismo é que ele rouba do homem essa qualidade que faz dele um homem. “O homem”, diz Paul Tillich, “é homem porque ele é livre”.

         Debaixo do comunismo a alma individual é acorrentada; seu espírito é obrigado pelas algemas da fidelidade partidária. Ele é despojado da consciência e da razão. O problema do comunismo é que ele não tem nem uma teologia nem uma Cristologia; portanto, surge com uma antropologia confusa. Confusa a respeito de Deus e sobre Deus. Também confusa sobre o homem.

         Apesar de sua conversa cativante sobre o bem-estar das massas, os métodos e a filosofia do comunismo tira do homem a sua dignidade e valor, deixando-o como pouco mais que uma peça despersonalizada na engrenagem do Estado. 

CONCLUSÃO


         Não devemos nos enganar, o CRISTIANISMO e o COMUNISMO não podem ser reconciliados. Eles representam formas diametralmente opostas de cosmovisões. Como crentes nós devemos, orar pelos comunistas, pedindo que Deus arranque essa filosofia da sua cabeça e coração, mas não podemos, como verdadeiros cristãos, tolerar a filosofia do comunismo.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A GUERRA E A BÍBLIA - I Parte

A guerra e a Bíblia.


Introdução:
             A guerra faz parte da humanidade desde pouco depois da sua origem. O primeiro ato de guerra foi de um homem contra o outro, de Caim contra Abel, o que resultou da morte de Abel, assassinado pelo seu irmão, Caim.
            Em seguida o que se viu foi inúmeros conflitos entre pessoas, resultando em vários assassinatos, depois guerras entre tribos, entre estados e entre nações. Ao longo da história, não houve paz duradoura entre as nações até os dias de hoje. O Centro Carter, que monitora conflitos ao redor do globo diz que existem hoje mais de 100 conflitos entre nações.
            No início Antigo Testamento, a guerra foi muitas vezes vista como uma guerra santa, um conflito iniciado e guiado por Deus, uma guerra declarada por Deus ( Êxodo 17.16 ; Números 31.1-3 , 1 Samuel 15.1-3 ), e todas as facetas da guerra tinha um significado religioso. A arca sagrada da aliança, que simboliza a presença de Deus, muitas vezes foi levada para a batalha (1 Samuel 4.3). Mais tarde na história de Israel, os profetas viam o terror da guerra como um juízo de Deus contra os pecados do seu povo, (Habacuque 1.5-11Jeremias 21.3-7). Israel então começou a olhar para o dia em que o ciclo interminável de guerra seria quebrado, conforme, Isaias 2.3-4).
            No Novo Testamento, a guerra é universalmente visto como mal e Jesus enfatizou a paz em seu lugar. Ele nos aconselhou a evitar retaliação e vingança e estender nosso amor, mesmo aos nossos inimigos (Mateus 5.38-45). O apóstolo Paulo e outros escritores do Novo Testamento ampliaram esse sentimento de Jesus:
           
            - Nunca pague o mal com o mal a ninguém;
            - Respeite o que é correto aos olhos de todos os homens;
            - Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens;
            - Nunca tome vingança, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: "Minha é a vingança, eu retribuirei", diz o Senhor."
            - Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem. (Rm. 12.17-21).
           
            Apesar do imenso mal da guerra, Jesus disse que é inevitável que as guerras continuem até que Ele volte (Marcos 13.7-8), e a Bíblia não se opõe a governos terrestres ou ao seu direito de manter exércitos (Mateus 8.5-10).

A Teoria da Guerra Justa
           
            O claro ideal cristão é a total eliminação da guerra e instalação do amor fraterno entre todos os povos. No entanto, neste mundo imperfeito, a guerra pode ser imposta àqueles que não a desejam. Agostinho de Hipona (354-430) e Tomás de Aquino (1225-1274) são os principais responsáveis ​​pela formulação da teoria da Guerra Justa, cuja abordagem se mantem até hoje no meio dos círculos cristãos. Os pontos principais dos defensores da guerra justa são:

- Deve haver uma causa justa para a guerra;
- A guerra deve ser travada apenas em resposta a danos causados ​​pelo agressor;
- O motivo para a guerra deve ser impedir o avanço do mal;
- O objetivo final da guerra deve ser o de trazer a paz;
- Vingança, revolta, busca pelo poder ou exploração não são justificação para a guerra;
- Todos os meios possíveis para se evitar o conflito devem ser esgotados antes;
- A guerra não deve causar um mal maior do que o mal a ser eliminado;
- A popilação civil deve ser protegida;
- Os vencidos devem ter um julgamento justo.

            A maioria dos cristãos são opositores à guerra. O pacifismo é a natureza do cristão. Os pacifistas tomam o seu exemplo de Jesus que nunca resistiu aos Seus perseguidores. Quando a turba veio prendê-lo, um de seus seguidores tentou defendê-lo com uma espada. Mas Jesus o repreendeu (Mateus 26: 52-53). A maioria dos apóstolos de Jesus e outros seguidores também foram martirizados por sua fé, mas nunca usaram de violência para resistir a seu destino. Outra justificativa para o pacifismo é a crença de que o reino de Deus está separado do mundo (Mateus 5.207.13-14João 18.36). O mundo vai continuar no pecado de todos os tipos, incluindo a guerra (Mateus 24.6-7Marcos 13.7-8), mas aqueles que realmente pertencem ao reino de Deus são chamados a colocar a sua total confiança em Deus (Mateus 10.28João 14.1) e obedecer a todos os ensinamentos de Jesus (Mateus 7.2128.18-20Lucas 6.46João 14.1515.10), incluindo seus ensinamentos contra a violência.


Continua.....

domingo, 10 de agosto de 2014

FELIZ DIAS DOS PAIS

Dia dos Pais é uma celebração em homenagem aos pais e celebra a paternidade, títulos paternos, e a influência dos pais na sociedade. Muitos países celebram no terceiro domingo de junho, embora também seja celebrada amplamente em outros dias por muitos outros países. Dia dos Pais foi criado para complementar o Dia das mães.


A primeira comemoração do Dia dos Pais foi realizada no dia 05 de julho de 1908, em Fairmont, West Virginia , na Williams Memorial Methodist Episcopal Church, hoje conhecida como Central United Methodist Church. Em dezembro 1907, um desastre na vizinha Monongah matou 361 homens, 250 deles eram pais, deixando cerca de mil órfãos. Clayton sugeriu ao seu pastor Robert Thomas Webb, que fizessem algo para honrar todos os pais, e assim foi feito, porém a data foi esquecida nos anos posteriores, vindo a ser celebrado somente anos depois.

As duas celebrações, Dia das Mães e Dia dos Pais, tem origem evangélica e começou em igrejas protestantes Norte Americanas.

segunda-feira, 31 de março de 2014

SERMÃO MONÓLOGO - UMA FERRAMENTA DE PREGAÇÃO.

Postado inicialmente em 1º de setembro de 2006.

Dentre as várias formas de sermão, existe um tipo, não muito usado, mas que se aproveitado da forma adequada, pode ser muito instrutivo e esclarecedor, é o Sermão Monólogo, onde o pregador, como um ator de teatro, representa através de um monólogo um texto bíblico, geralmente relacionado à vida de um personagem bíblico.

O sermão monólogo abaixo, foi um trabalho que fiz para a matéria Homilética, do prof.: Jilton Morais, quando estava no mestrado em teologia no Seminário Batista Equatorial, na cidade de Belém-PA.

Postei-o inicialmente no dia 1º de setembro de 2006, e agora o reproduzo. Leia atentamente, esse método de pregação tem um grande poder de ajudar o pregador a memorizar e a conhecer a vida dos personagens.


A LUZ BRILHOU EM MINHA VIDA

Monólogo da Conversão de Saulo – Atos 9. 

By Rev. João d’Eça. 


Sai para executar uma missão que para mim era de suma importância: prender e trazer para Jerusalém, cristãos que estavam divulgando a mensagem que eu considerava heresia, a mensagem do rabino de Nazaré, que foi crucificado pelos líderes judeus sob a acusação mentirosa – hoje sei – de se levantar contra o império e ter cometido blasfêmia. Desde criança, mais ou menos aos treze anos, fui enviado por meu pai para estudar na cidade de Jerusalém, aos pés do grande mestre Gamaliel. Aliás eu fui instruído nos rigores da religião judaica, e sempre me orgulhei da minha raça, apesar de ser romano de nascimento. Sabia, no íntimo, que mais cedo ou mais tarde, o jugo romano passaria, assim como passaram os impérios que de um modo ou de outro escravizaram o meu povo. Sempre me interessei pelas genealogias, a minha em particular, descendia do primeiro rei de Israel, Saul, e isso me enchia de orgulho. 

Meu pai era um judeu da Dispersão e também era cidadão romano. Há cerca de uns duzentos anos atrás “era possível para alguns poucos judeus tornarem-se cidadãos romanos se, se arrolassem numa tribo determinada para eles, onde poderiam controlar os ritos religiosos e identifica-los com o serviço da sinagoga”[1] Desde bem cedo na minha vida, assim como os meus antepassados, minha mãe ensinou-me os primeiros passos na nossa tradição religiosa ( II Tm. 1:3 ). Ela era uma mulher maravilhosa, era também disciplinadora, correta e digna. O que eu aprendi das Escrituras Sagradas do meu povo, aprendi primeiramente em casa com a minha mãe ( II Tm. 1: 5 ). Ela ensinou-me a amar e respeitar a religião do meu povo, principalmente a tradição oral, que para o judeu é algo de valor inestimável. 

Eu, durante o tempo de minha ignorância, persegui e prendi muitos judeus cristãos. Eu tinha autorização dos principais sacerdotes e por isso, quando os matavam eu apoiava. Quando lembro que obriguei muitos a blasfemarem de Cristo e que castiguei a muitos outros, choro de vergonha. Quantos eu persegui até em cidades estranhas (Atos 26: 10,11). Não muito tempo atrás quando estava com mais ou menos trinta anos de idade, fui derrotado na Sinagoga pelo discurso de um jovem chamado Estevão, e isto muito me enfureceu. Quem era aquele homem para se desfazer assim da minha religião? Eu não admitia que ninguém questionasse a minha religião. Este jovem quando abria a boca, os seus discursos eram todos anti-farisaicos. Era demais para eu agüentar. Ele menosprezava o valor do templo, dizia que a Revelação de Deus não foi exclusiva para o nosso povo de Israel na pessoa de nosso Pai Abraão. Ele afirmou: “Varões, irmãos, e pais ouvi. O Deus da glória apareceu a nosso pai Abraão estando na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã” (At. 7:2 ). Quão louco eu fui. Quão cego eu andei por muito tempo em minha vida, até agora. Fui como um homem insaqno achando que estava certo. O Pior não é estarmos errados, mas sim, estarmos errados e acharmos que estamos certos. 

Durante muito tempo cometi essas barbaridades porque julguei-me certo no estava fazendo. Eu assolava a igreja e invadia as casas. Minha atividade perseguidora em Jerusalém só parou quando não havia mais ninguém para ser perseguido ali naquela cidade. Preparei um programa completo e definido de extermínio dos cristãos, estava quase conseguindo o meu intento, não fosse Deus intervir de forma espetacular em minha vida. Lá estava eu a caminho de Damasco, grande e histórica cidade, levava autorização dos principais sacerdotes para prender e trazer os cristãos que por lá encontrasse. Era meio dia, o sol estava brilhando intensamente, mas a luz que eu vi, em muito excedia o brilho do sol. Ouvi então uma voz que saia do meio da luz e dizia: - Saulo, Saulo, por que me persegues? Eu respondi então. - Quem és, Senhor? E a voz disse: - Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. Eu então indaguei: - O Senhor disse então: Senhor o que devo fazer? - Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que deves fazer. Os homens que iam comigo, não sei se ouviram a voz e não viram a luz, ou, se viram a luz e não ouviram a voz; só sei que todos caímos ao chão e eu em particular, fiquei cego e tive de ser conduzido até a cidade como uma pessoa inválida. Não conseguia entender. Como um homem cego estava sendo chamado para dar luz aos cegos? Eu fui preparado para ser rabino, meu professor Gamaliel, era diferente, ele deixava seus alunos estudarem as grandes obras dos gregos e eu fui também educado segundo a visão helênica dos filósofos. Agora sei como Moisés deve ter se sentido. Ele que foi educado na coorte egípcia, a maior civilização do seu tempo, aprendeu de tudo o que os egípcios sabiam de melhor: Astronomia, Matemática, Medicina, Engenharia, Arquitetura e várias outras ciências. Depois de aprender tudi isso por quarenta anos, Deus o envia para o deserto de Mídia para cuidar de ovelhas, para aprender humildade, para ouvir a voz de Deus. Eu fui escravo da letra que mata (II Cor. 3:6 ), e por esta razão, entendia que devia praticar males contra os servos de Jesus, mesmo entendendo que não eram males, mas zelo (At. 26 : 9 ). 

Penso que se eu tivesse me encontrado com Jesus antes, em Jerusalém, talvez tivesse me juntado aos principais sacerdotes para mata-lo, porque ele representava tudo o que eu repugnava. Ele se opunha a teologia do meu mestre Gamaliel, e, isto eu não admitia. Hoje eu posso concluir o seguinte: Se Cristo pôde salvar um homem como eu, ninguém mais deve se desesperar, Ele pode salvar a todos que ouvirem a sua voz e se renderem a Ele. É certo que muitos não passarão por experiências iguais as minhas, mas sei que como ele me chamou de forma espetacular, outros virão também da mesma forma. A maioria porém não precisará passar pelo que eu passei, bastando tão somente que se arrependam dos seus erros e pecados e ouçam o chamado de Deus. Refletindo no modo como eu vivia, reconheço que eu sou o menos digno de todos os homens, porque eu persegui a igreja de Deus, porém eu me consolo, por ter feito isso tudo no tempo da ignorância e na incredulidade. O mundo está diante de mim, terei de enfrenta-lo. Estou no momento carregando uma marca, um rótulo de perseguidor dos cristãos, de inimigo dos servos de Cristo, de inimigo de Deus. Pessoas irão pensar que se trata de uma estratégia minha e se afastarão de mim. Estou preparado para todo tipo de reação das pessoas, sei que muito vou sofrer, do mesmo modo como fiz muitos sofrerem. Não considero essa atitude como auto-punição, mas como uma situação pela qual terei de passar, e, só posso dizer que estou pronto. 

Por muito tempo considerei o cristianismo como falso, afinal eu nunca tive tempo de estuda-lo. Uma coisa era certa para mim, se o cristianismo se opunha ao farisaísmo, só podia ser falso. Hoje sei que a religião do Cristo é a verdade, que Jesus é a verdade, que este é o caminho; eu o encontrei; já estou trilhando por ele e tenho uma profunda esperança de que Deus irá me usar para levar salvação a muitos. Que gloriosa esperança! Um homem bom chamado Ananias, me acolheu em sua casa e cuidou de mim, informou-me acerca dos acontecimentos, confiou em mim por amor a Cristo, e, por fim fui curado. Eu voltei a ver e agora a minha visão é diferente. Já não vejo o mundo como antes, a luz tem um novo brilho, o canto dos pássaros tem um novo som, há paz no meu íntimo, tudo se fez novo para mim (II Cor. 5: 17). Como é bom ser acolhido na casa de um homem bom. Devo a minha vida a Ananias. Através da sua instrumentalidade fui cheio do Espírito Santo, recebi um novo vigor, fui batizado e passei a fazer parte como membro do corpo do Senhor. Já preguei em algumas Sinagogas e testemunhei, que, quem me salvou foi Jesus Cristo. Muitos admiraram-se, mas Deus fortalece-me a cada dia e tenho tido vitória. Não vou permanecer aqui, estou preparando-me para o serviço do Mestre. Já abdiquei de todo o meu passado, toda educação, toda instrução, os amigos, as influências, nada disso me valeu. Somente Jesus Cristo foi quem mudou a minha vuda. Se você se parece comigo, reflita agora e receba Cristo em sua vida como Salvador e Senhor e assim como eu, Ele mudará você. 

Amém. 


*Trabalho realizado por R.João M. d’Eça em cumprimento parcial da Disciplina “Variedade no Ministério da Pregação”, do prof. Jilton Moraes, do curso de Mestrado em Teologia do Seminário Teológico Batista Equatorial em Belém – PA.

 [1] ªT. Robertson, citando Ramsay em épocas na vida de Paulo, pg. 21.


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