domingo, 31 de maio de 2015

O MOVIMENTO GAY E O ARCO ÍRIS


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Rev. João d’Eça


Estabeleço a minha aliança convosco: não será mais destruída toda carne por águas do dilúvio, nem mais haverá dilúvio para destruir a terra. Disse Deus: este é o sinal da minha aliança que faço entre mim e vós e entre todos os seres viventes que estão convosco, para perpétuas gerações. Porei nas nuvens O MEU ARCO; será por sinal da aliança entre mim e a terra. Sucederá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, e nelas aparecer o arco, então me lembrarei da minha aliança, firmada entre mim e vós e todos os seres viventes de toda a carne; e as águas não mais se tornarão em dilúvio para destruir toda a carne”.

[Grifo meu]

(Gênesis 9. 11-15)


Recentemente eu participei de um curso sobre O Dilúvio e depois de ouvir oito palestras do prof. Dr. Adauto Lourenço, tive a minha fé fortalecida e percebi ao final que a Bíblia tem informações suficientes para formularmos boas teorias das origens de todas as coisas, e que inclusive as teorias à partir do relato bíblico, são muito mais plausíveis do que as teorias científicas sobre o mesmo tema. Posso dizer sem nenhuma dúvida de que na maioria dos casos, é preciso ter mais fé para crer nos postulados científicos e evolucionistas, do que para se crer na Bíblia, ou seja, alguns temas científicos, como por exemplo, a Teoria da Evolução, é religião e não ciência.

Baseado nessas premissas, e mais ainda porque eu creio que a Bíblia é a Palavra de Deus infalível e inerrante, é que sob o texto bíblico acima citado, eu quero provar que o movimento Gay no mundo inteiro usa como símbolo da sua causa o arco íris, sendo que esse uso é, para eles indevido e uma usurpação que vai de encontro ao que eles próprios propagam, pois como diz o texto bíblico acima, o Arco Íris é de Deus (“o meu arco), que estabeleceu para se aliançar com a humanidade e não pode ser usado por um movimento que despreza o Nome de Deus, que despreza as Sagradas Escrituras e que odeia a Religião de Deus.

O Arco-Íris pertence a Deus

A palavra "homossexual" foi inventada pelo movimento homossexual no início da década de 1860 na Alemanha (como sempre, quase tudo o que é bom e quase tudo o que ruim vem da Alemanha), para substituir o termo "sodomita". "Homossexualidade" foi a palavra destinada a aliviar o estilo de vida definido pela prática da sodomia, mas em vez disso a palavra tornou-se tão corrompida na mente do público que o movimento, se sentiu obrigado a abandoná-la em favor da palavra "gay”.

Assim foi também com o símbolo do Arco-Íris, porque agora o Arco-Íris é associado com a agenda gay em todo o mundo e os que usam o símbolo do Arco-Íris, são entendidos como aqueles que querem promover a agenda “gay”, por isso, aqueles que não estão associados ao movimento “gay”, não tem coragem de usá-lo.

Porém, o movimento “gay” mundial roubou o símbolo do cristianismo que eles tanto combatem. O Arco-Íris é um símbolo que pertence exclusivamente a Deus e não aos “gays”, pois o texto bíblico lido acima, prova que o Arco-Íris foi estabelecido pelo Senhor, como uma aliança dele para com a humanidade, para não mais destruir a terra, como da primeira vez, pelas águas do dilúvio.

O Arco-Íris foi criado como símbolo da autoridade de Deus sobre a criação e foi colocado no céu pelo próprio Deus como promessa de nunca mais punir a Terra pelo dilúvio. Mais tarde vemos Deus destruindo duas nações, Sodoma e Gomorra, por meio do fogo, como uma prévia do que aguarda os pecadores inveterados e os que odeiam a Deus. Tanto o apóstolo Pedro (I Pd. 2.6), como Judas 1.7, nos lembram a destruição dessa cidade, cuja principal atividade pecaminosa eram os pecados sexuais, em especial a sodomia.

Esses pecadores que foram destruídos conforme o relato bíblico, devido ao seu pecado sexual, eram conhecidos como “sodomitas”, depois de 1900 anos como “homossexuais” e hoje como “gays”. Os textos bíblicos que os fazem odiar a Deus e a sua palavra são principalmente Rm. 1. 26-32, que no final da narrativa diz: “Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte [morte eterna, inferno] os que tais cousas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem”. Nesse texto vemos que o movimento pretende dominar a sociedade, mas que Deus mesmos os destruirá, não somente eles, mas os que os apoiam.

Também o texto de I Tm. 3. 1-9, no final, fala aos que promulgam leis para denegrir a imagem de Deus e destruir o modelo de sociedade estabelecido por ele. Diz o texto: “Sabemos, porém que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo, tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina”.

O movimento “gay” adotou o Arco-Íris como seu símbolo, por um ato de rebeldia contra Deus, numa última tentativa de amenizar o seu pecado, enrolando-se num símbolo que pertence exclusivamente a Deus.

O verdadeiro significado do Arco-Íris não é promover a agenda “gay”, mas exaltar a misericórdia e o amor de Deus. O Arco-Íris pertence exclusivamente a Deus e não a qualquer movimento, principalmente o movimento “gay”.

O movimento esquerdista mundial e brasileiro em particular são os que promovem o movimento “gay”. Partidos como PT, PC do B, PSTU, PSOL, PSB, PPS e outros, querem que a exclusividade do uso do Arco-Íris sejam dos pecadores, mas Deus nas Escrituras Sagradas diz: “Meu arco”.


A verdade da Bíblia, Palavra de Deus, é que o Arco-Íris pertence ao Senhor e não aos “gays” ou a qualquer outro grupo. A não ser que sirva para mostrar essa verdade bíblica, ai sim, qualquer grupo que seja e que se proponha a isso, deve usar e desfraldar essa bandeira em todo o mundo. Senão, procurem outro símbolo, esse não pertence a vocês.

terça-feira, 26 de maio de 2015

A SANTIFICAÇÃO DO DIA DO SENHOR

Introdução:

Para muitos cristãos nossos contemporâneos, a santificação do Dia do Senhor não faz mais sentido, por isso as famílias dos crentes estão tratando o dia em que devemos santificar para a adoração do Senhor e o nosso próprio bem-estar, com desdém e irreverência.

Deus em sua Palavra santifica o Dia do Senhor. Um dia separado para o descanso do cristão, na antiga aliança, chamado de “sábado” [descanso], não se referindo a um dia específico, mas ao período de descanso que o crente tem de observar. Na Nova Aliança do NT, é chamado de domingo, pois foi o dia em que o Senhor ressurgiu dos mortos, depois de ter consumado a obra da salvação.

Razões para guardarmos o dia do Senhor

Deus nos manda consagrar uma sétima parte do nosso tempo. Essa ordem está expressa no quarto mandamento, com as seguintes palavras: “lembra-te do Dia do Descanso [shabbat] para o santificar, seis dias trabalharás e farás neles toda a tua obra. O sétimo, porém, é o descanso [shabbat] do Senhor teu Deus. Não farás nenhum trabalho nem tu, nem teu filho, nem tua filha.....” (Ex. 20. 8-11).

Esse mandamento tem um caráter duplo:

1) Deves trabalhar seis dias e fazer neles toda o teu trabalho;
2) Lembra-te de santificar esse dia.

Trabalho e descanso, isso é o que exige de nós o quarto mandamento da lei divina.

Para muitos o trabalho é fruto do pecado. Já ouvi muitas pessoas dizerem que “gostariam de encontrar o inventor do trabalho para ajustar as contas com ele”. Trabalho não é pecado. Deus disse a Adão logo depois da Queda: “do suor do teu rosto comerás o pão”. Antes porém, Adão, mesmo em estado de inocência tinha a tarefa de cultivar o Jardim do Éden. A consequência da Queda, portanto, não foi o trabalho, mas a fadiga que dali em diante se originou como consequência do pecado.

Todo trabalho honesto e digno é abençoado por Deus e por esta razão todo crente deve trabalhar alegremente. Jesus Cristo honrou o trabalho durante o seu ministério terreno, ele ajudava a José na marcenaria. Paulo trabalhava para o seu sustento como fazedor de tendas.

Cícero, celebre orador romano julgava o trabalho como algo degradante, mas ele estava errado pois o trabalho é honrado e nobre. O trabalho honesto faz o homem prosperar, esse é o espírito do cristianismo. Os reformadores do sec. XVI honraram o trabalho como modo de produção e enriquecimento. O que a Escritura Sagrada proíbe é o trabalho desonesto e desonroso. O que a Bíblia proíbe é o crente deixa r de cumprir com os seus deveres para com Deus pela ambição do lucro através do trabalho, porém, ensina que o crente deve ser prevenido e que deve poupar um pouco da sua renda, para o dia da calamidade, tanto para nós mesmos como para auxiliar ao nosso próximo.

Vamos trabalhar enquanto podemos, vamos prover para o futuro, isso é ensinado na Escritura Sagrada. Para isso a Bíblia tem uma exortação muito bela: “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir o necessitado”. (Ef. 4.28).

A observância do Dia do Senhor depende do uso que fazemos dos seis dias que Deus nos concede para a consecução dos bens materiais. Por esta razão, Deus, no decálogo, une a santificação da observância do dia do descanso ao preceito do trabalho: “Lembra-te do dia do descanso para o santificar seis dias trabalharás e farás neles toda a tua obra”.

Se você quer um Dia do Senhor mais cheio de bênçãos, descanse conforme o mandamento de Deus..... Deixe de fazer no Dia do Senhor tantas coisas que você julga necessárias, mas que são dispensáveis.

Trabalhe nos outros dias de modo que no Dia do Senhor você tenha todos os confortos que a sua condição lhe permite, sem que para isso você viole os mandamentos do Eterno.


Não se admirem ao ver nos nossos dias, muitas famílias crentes que não santificam mais o Dia do Senhor e que estão sofrendo terríveis amarguras de relacionamentos entre pais e filhos, filhos e pais e cônjuges se desgastando em conflitos. Trabalhe para ter um descanso verdadeiramente sagrado, que satisfaça aos fins para o qual foi instituído o Dia do Senhor.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

SINDICATO EVANGÉLICO DE PASTORES POLÍTICOS

De tempos em tempos, mais precisamente de dois em dois anos no Brasil, presenciamos o desfile de políticos fazendo média com a população, andando em lugares que não andaram durante quatro anos, falando e abraçando pessoas que antes nem se importavam e exercendo a sua demagogia às claras. Infelizmente muitas pessoas se deixam enganar pela lábia do “pilantra” que em busca de voto, são capazes de negociar com o diabo para conseguir ser eleito.

Juntamente com esses “pilantras” da política partidária, aparecem também os pilantras da política eclesiástica, “pastores”, “missionários”, “líderes” denominacionais, que também querem ganhar o seu quinhão na divulgação e propaganda que esse momento proporciona. Ai vale de tudo, esses “pilantras eclesiásticos”, igual aos seus parceiros os “pilantras políticos”, são também de vender a sua alma ao “capeta” para aparecer e fazer o seu nome ou o nome do seu “ministério” aparecer nessa propaganda maciça.

Dentre esses nomes de “pilantras eclesiásticos”, nós podemos citar, a nível nacional nos últimos tempos, Silas Malafaia e Marco Feliciano. São dois sujeitos que nos últimos anos “acenderam uma vela para Deus e outra para o diabo”, é só pesquisar a carreira política dos dois, e de outros locais, regionais e nacionais, que não citaremos aqui por falta de espaço, para perceber-se que eles estão sempre ligados aonde tem publicidade, propaganda e multidão.

De acordo com o tema, eles se manifestam ou ficam calados, de acordo com o momento eles se manifestam ou ficam calados, de acordo com o apoio, eles se manifestam ou ficam calados. Por exemplo, aqui em São Luís, onde o prefeito é dito ser crente, ligado à igreja batista e em dois anos e meio de governo, não moveu uma palha para resolver os graves problemas da cidade, principalmente na área de infra-estrutura, tem em seu apoio muitos pastores, de algumas denominações.... sabem por que né?

Pois é esses líderes de igrejas ficam caladinhos, de biquinho fechado, sem emitir nenhuma opinião ou crítica contra a desastrosa administração do prefeito Edivaldo Holanda Jr, porque estão ao seu lado, em troca, senão de benesses financeiras, mas com certeza de benesses midiáticas, como na torre de Babel: “... tornemos célebre o nosso nome...” (Gn. 11.4).

Será que o que está por trás disso tudo é o interesse pastoral? Será que é o interesse do Reino de Deus? Será que é o interesse cristão? Ou será que é o interesse pessoal? Responda quem puder!

Lembram quando Lula, o molusco barbudo ganhou a eleição, e nomeou vários pastores como conselheiros de desenvolvimento econômico e social da presidência da república, dentre eles, como titulares estava Nilson Fanini (igreja batista, Silas Malafaia, AD e o bispo Alceu Nieckaz), ficando como suplentes (Jabes de Alencar, AD Bom Retiro, Pr. Lourenço e Bispo Natal), ou seja, eles sempre deram apoio ao Lula; a troco de que?

Eles apoiaram esses canalhas petistas, num momento de “vagas gordas”, para eles, é claro! E inclusive foram os responsáveis pelas duas eleições de Lula e pela eleição de Dilma Roussef.... Agora, no período de “vacas magras”, onde o PT está atolado até a testa no lamaçal da corrupção do Brasil, eles não querem ver os seus nomes associados aos “pilantras”, sendo que eles também são pilantras.

Na última campanha eleitoral, Silas Malafaia apoiou vários candidatos, sempre aquele que estava mais bem colocado..... eles foram os responsáveis diretos para que os vermelhos se instalassem no poder no nosso país. Silas Malafaia, Magno Malta, Edir Macedo, RR Soares, Caio Fábio, Robson Rodovalho e Arolde de Alencar e tantos outros evangélicos, líderes ou não, são os responsáveis pelo país está passando o que está passando, porque eles não viram o futuro do Brasil, eles viram o seu próprio bem-estar.

Essas leis que estão ai, que vão de encontro a moral e aos bons costumes, que vem para destruir as famílias, são obra dos esquerdistas que eles apoiaram e ajudaram a instalá-los no poder do Brasil. Agora eles posam de contrários a eles.... mas como, se esses vagabundos esquerdistas são o resultado do apoio das igrejas que esses caras lideram?

Silas Malafaia, que agora critica o Lula (tá certo em criticar!!!), mas colocou Lindenberg Farias (foto), à tira-colo, o ungiu na sua própria igreja e fez campanha para ele dentro do seu arraial particular.... logo o Lindenberg, que apoia os mesmos projetos anti-Deus e anti-família que o Silas critica... ora Malafaia, cria vergonha na cara e assuma a tua postura de aproveitador, ou peça perdão à Deus e a igreja e assuma uma postura verdadeira de defesa dos valores bíblicos (Deus não precisa de defesa), e nunca mais se misture com essa gente, não importa o quanto eles te ofereçam.

Certos líderes evangélicos (que eu nem me atrevo de chamar pastores), viraram um “grupo sindical evangélico”, muitos desses “medalhões” da mídia evangélica comandam um grupo grande de “puxa-sacos” espalhados pelo Brasil, que estão sob a tutela de homens como Silas Malafaia, Edir Macedo, José Wellington, Estevão Hernandes, Rodovalho, os Valadão e o “pirado patriarca do Brasil”, Terranova.... eles mantêm milhares desses puxa-sacos no seu cabresto e o que dizem vira lei, vira “verdade”. Tudo isso para criar um monopólio no meio evangélico que é cheio de bitolados, de pessoas não convertidas, que não seguem o modelo bíblico, mas o empresarial, onde tem mais dinheiro e mais publicidade, para que possam vender mais CDs, livros, camisetas e outras coisas que eles inventam para arrecadar.
 

Desçam de onde estão, arrependam-se dos seus pecados e clamem a Deus por misericórdia... pelo bem do Brasil, pelo bem do Reino. Não se misturem mais com essa gente da política, mostrem ao povo que ninguém precisa deles para construir um país melhor... denunciem suas práticas corruptas e não se vendam por horários de TV, por concessões ou por seja lá o que for... tenham dignidade.

domingo, 24 de maio de 2015

O VERDADEIRO CRISTÃO E O FALSO CRENTE

Esta semana circulou nas redes sociais umas fotos e o caso de uma "cantora evangélica" que apareceu fazendo um self de um relacionamento sexual entre ela e o seu pastor, em Vilhena, e circulou em vários sites, mostrando a face do FALSO crente, que muitas vezes está na igreja disfarçado de ovelha, mas na verdade são lobos devoradores (Mt. 7.15, 16).

O mundo tem várias ideias sobre quem é um crente ou quem não é. Alguns pensam que um crente é alguém que nasceu em uma família de crentes. Outros dizem que um crente é alguém que entregou o seu coração ao Senhor e que nasceu de novo... e para outros, um crente é alguém que diz ser um crente.

É possível, no entanto, que alguém viva e morra supondo que esse ou aquele é um crente, só para descobrir no julgamento final, que Deus nunca reconheceu a sua marca na vida daquela pessoa. (Mt. 7.21-23).

O que realmente faz com que uma pessoa seja crente? Como Deus descreve um crente em Sua Palavra?

Os verdadeiros seguidores de Cristo são estudantes diligentes da Bíblia e que buscam compreender a verdadeira definição de ser um crente, e também, para se certificar de que eles são, de fato, verdadeiros crentes (II Tm. 3.15-17). Eles amam a Deus em suas mentes e seus corações (Mc. 12.28-30). Os verdadeiros crentes são comprometidos a viver de acordo com a palavra de Deus (Mt. 4.4; Lc. 4.4; Dt 8.3), provando todas as coisas a partir das Escrituras (I Ts. 5.21; Atos 17.10-12).

Não mais escravos do pecado

É de suma importância entender a definição bíblica de um crente. Na Bíblia, todos os seres humanos são pecadores, incluindo eu e você (Rm 3.23). A penalidade para o pecado é a morte eterna (Rm 6.23). Um crente verdadeiro é alguém que reconhece que estava debaixo do poder da morte eterna e que Jesus Cristo o salvou. Um crente é aquele que reconhece que Jesus Cristo pagou o preço na cruz, mesmo sendo ele inocente de qualquer pecado (II Co 5.21; I Jo 2.2; 4.10; Ap 1.5; 5.9).

Um crente verdadeiro sabe o que é o pecado – é o que condena o homem ao inferno e que a Escritura Sagrada diz que o pecado é a transgressão da lei de Deus (I Jo 3.4). Um verdadeiro crente então, é aquele que teve o sangue da morte sacrificial de Jesus Cristo aplicada a si, no arrependimento de seus pecados, recebendo a Cristo como seu Salvador pessoal (At. 319; 2.38; Ez. 18.21-23).

O arrependimento significa literalmente uma mudança de mentalidade e de atitude, assim como uma completa mudança de conduta. O crente começa a viver para agradar a Deus e o prazer que sentia antes em cometer o pecado, agora já não sente mais, pois sua vida passa a ser vivida para a glória de Deus (Jo 14. 4-6; At 16.17; 18.25-26; I Jo 2.3-6).

Vivendo pela Graça

Esta graça preciosa (Rm 3.23-26; 6.23) é um dom gratuito de Deus, totalmente imerecida por qualquer pessoa. Nenhum esforço humano, nenhuma habilidade humna pode ganhar o favor de Deus. Vivendo a vida de modo ético, com a moral elevada e irrepreensível diante da sociedade, também não faz ninguém ganhar a salvação. Deus não é "devedor" de ninguém! (Ef 2.8-9).

Uma vida nova em Cristo

Na carta que o apóstolo Paulo escreveu aos Romanos, no capítulo seis, ele descreve a nova vida de um verdadeiro crente (Rm. 6.4-13). Tanto na parábola das dez minas (Lc 19.11-27), quanto na parábola dos talentos (Mt. 25.14-30), Cristo deixa claro que, uma vez tendo recebido dom de Deus, o verdadeiro crente deve construir sobre ela, vivendo para a glória de Deus. Os crentes devem crescer espiritualmente para tornar-se cada vez mais parecidos como Jesus (II Pd. 1.3-11; 3.18; Ef 4.11-13; 5.1). Com este objetivo em mente, o verdadeiro crente estuda sua Bíblia regularmente para aprender a seguir o caminho de Cristo enquanto caminha aqui na terra (Jo 13.15, 14 (II Tm 2.5). Assim o Senhor Deus, através do Espírito Santo, cria em cada crente o Seu caráter divino e a mente de Cristo (Ef. 2.10; Fl. 2.5).

Cristo mostra o caminho ao crente

Jesus ensina que o verdadeiro crente, guarda os mandamentos de Seu Pai (Jo 15.0). Essa obediência é a do coração, porque Ele (Jesus) amou o Pai, com todo o seu ser. Um verdadeiro crente ama a Deus com todo seu coração, com toda a sua mente, com toda a sua alma, e toda a sua força – Esse é o resumo de todos os mandamentos (Mt 22.37-40). Nesta passagem, Jesus declara que o AMOR, para com Deus e para com o próximo, é a base de toda lei espiritual de Deus. 

No Sermão da Montanha (Mt. 5, 6, 7), Cristo descreve que o espírito da lei é mais importante que a letra dura da lei. Esse espírito da lei pode ser entendido como a conduta pessoal para a glória de Deus. Um verdadeiro crente ama a Deus e sabe que Suas leis são baseadas no Seu amor (Jo 14.15; I Jo 5.3). A obediência exigida do crente não está baseada no medo, por exemplo, de a salvação, porque a salvação, como dom de Deus, é eterna.

Muitos, infelizmente, dizem que "amam o Senhor" ou "conhecem o Senhor", mas não lhe obedecem a Palavra. O apóstolo João tem uma resposta para essas pessoas. 

"Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Aquele entretanto que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve andar assim como ele andou" (I João 2.3-6).

Muitos crentes tendem a dizer que já são muito boas pessoas. Paulo chama a si mesmo de "Miserável homem que eu sou" (Rm. 7.24). O apóstolo entendia que sua própria natureza humana não era piedosa, assim como a de ninguém é. Ele estava sendo honesto e humilde para admitir isso. Ele também admitiu que, mesmo após a conversão, a sua natureza carnal, assim como a de qualquer ser humano, ainda o conduz ao pecado, pois há dentro do crente uma luta entre duas naturezas, para ver quem vence: se a natureza humana ou a nova natureza divina (Gl. 5.17).

Em Romanos 8.7-14, Paulo explica sobre a natureza humana. Observe sua explicação sobre a natureza humana em Romanos 8: 7-14: “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus".

Um verdadeiro crente é aquele que é conduzido pelo Espírito de Deus. O verdadeiro crente chama comunga com o Espírito Santo através da oração regular e do estudo da Escritura Sagrada, e das disciplinas espirituais. Cristo ensinou os seus discípulos (Mt 6. 5-15; Lc 18.1-14). A Bíblia é a palavra de Deus (II Tm 3.16; I Pd 1.11-12), E é também uma fonte poderosa de iluminação do Espírito Santo. Jesus disse: “... As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida”. (João 6.63). 

Conclusão:

Finalmente, o verdadeiro crente terá comunhão com o seu próximo, com outros irmãos em Cristo. Pela comunhão com os outros irmãos, o crente tem comunhão com Deus (I Jo 1.3).


Esta, é então, uma pequena descrição bíblica do que seja um verdadeiro crente, que, pela graça de Deus, teve a sua vida transformada em uma nova vida. Do pecado e da morte para uma vida de amor, obediência e boas obras de fé.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

MOVIMENTO DE IGREJAS EM CÉLULAS – PARTE II - MODELOS DE CRESCIMENTO DE IGREJAS OU PRAGMATISMO HUMANISTA

Uma das maiores aberrações criadas pelo movimento da “Visão Celular” foi a figura do “apóstolo”, que também foi ou é conhecido como “pai-póstolo”. Lembro-me que a primeira vez que presenciei uma cena de um pastor pedindo “a benção” para um auto-designado “apóstolo”. Foi na carreata de apoio ao já falecido ex-governador Jackson Lago, quando os pastores que o apoiavam ficaram concentrados próximo ao aeroporto de São Luís, para irem em carreata até o local onde ia ser o último debate entre os candidatos ao governo do Estado.

Eu estava conversando com alguns pastores, dentre eles o “suposto” apóstolo, que era do nosso grupo, mas esse negócio de apóstolo ainda não tinha subido para a cabeça dele, inclusive todos nós o chamavam de “pastor” e ele aceitava tranquilamente. Nessa tarde, enquanto conversávamos, dois pastores da sua igreja chegaram e se aproximaram dele e um após o outro, segurando a sua mão disseram; “a benção pai-póstolo!" Eu segurei para não sorrir e ao mesmo tempo achei aquilo muito estranho.

A segunda vez, foi quando íamos realizar um café da manhã conjunto, como fazíamos todos os meses. Como eu havia chegado cedo, estava conversando com o anfitrião da igreja, que por sinal era a mesma pessoa do episódio da carreata. Estávamos na parte dos fundos do templo, onde havia uma área de vivência, quando chegou alguns auxiliares dele e se dirigindo a ele, disseram: “sua benção pai-póstolo”. Eu achei aquilo ridículo, sem propósito e arrogante, mais como não tinha nada a ver com isso, fiquei na minha.

Tenho informações de que até entre líderes de células e seus discípulos, em algumas igrejas que aderiram o movimento da "visão celular" há esse tipo de cumprimento com pedido de “benção” e beijo nas mãos.

Incoerências bíblicas

Jesus Cristo passou três anos treinando os seus verdadeiros apóstolos a quem escolheu e os enviou a pregar o seu Evangelho no início da igreja. O próprio Jesus passou mais tempo treinando os discípulos, do que qualquer líder de células, que geralmente não passa de seis meses.

Jesus Cristo poderia ser visto como um fracassado pelo movimento da “visão celular”, porque os seus discípulos não eram "peças boas", mesmo depois de terem sido treinados durante três longos anos. Dentre os que foram treinados e deram muito trabalho para o Senhor, podemos citar: Pedro, era arrogante, prepotente, incontrolável, violento (Mt. 26.51, 52). Jesus o chamou de Satanás (Mt. 16.23), e na hora mais difícil, ele traiu a Jesus (Mt. 26. 69-75). Tiago e João, com sua mãe, foram até Jesus para lhe pedirem que ele os colocasse em lugar de destaque, um a sua direita e o outro a sua esquerda (Mc. 10. 35-45), e como esquecer de Judas, que conviveu com Cristo os três anos de ministério, foi treinado por Ele, mas foi o que o traiu. Se no ministério de Jesus foi assim, como podem querer os adeptos do movimento da “visão celular” fazer com que gente pagã, neófita, seja treinado em apenas seis meses?

Liderança e Líder

Para os “peritos” em “visão celular” as palavras que mais ocorrem em seus escritos são “liderança” e “líderes”. Dizem que qualquer pessoa pode vir a ser um líder, basta que para isso recebam o treinamento. No livro Crescimento explosivo da Igreja em células, a pg. 27, Joel Comiskey diz que “... treinamento não é tão importante como a vida de oração do líder e a clareza dos seus alvos” (Grifo meu). Isso mostra que o treinamento é menos importante do que os alvos. Mais a frente, na pg. 28 do mesmo livro, Comiskey diz: “Uma liderança eficaz de células é muito mais uma aventura liderada pelo Espírito do que uma técnica de estudo bíblico” (Grifo meu). Aqui há a afirmação de que o líder de célula não precisa saber a Bíblia, pois a sua liderança será exercida com “aventura” e não pela orientação da Escritura Sagrada.

Mais à frente na pg. 30 do mesmo livro, Comiskey se contradiz totalmente quando ele afirma: “os dons espirituais são importantes, mas este estudo estatístico e a experiência [...] demonstram que não é necessário nenhum dom específico para liderar uma célula bem sucedida” (Grifo meu). Se antes ele havia afirmado que liderar uma célula é uma aventura do Espírito, agora ele diz que “não precisa nenhum dom espiritual para conduzir a célula”, das duas uma: ou ele não sabe o que está dizendo, ou a liderança lidera sem o auxílio do Espírito Santo, provando assim que é um movimento humanista.

Uma prova de que o movimento da “visão celular” é um modelo meramente humanista, está nas declarações de Comiskey à pg. 32 e 61, ele diz que "o líder de célula não precisa de pré-requisitos, nem de perfil, nem de qualificações e que eles são treinados nas próprias células", de forma pragmática, reproduzindo de forma resumida o sermão do pastor do domingo anterior. Uma igreja que considera os alvos mais importantes do que o treinamento, releva a Palavra de Deus e o seu estudo sério e sistemático e estabelece uma liderança desprovida do dom do Espírito Santo, onde as pessoas desqualificadas é que lideram, o resultado não será outro a não ser a perversão do Evangelho, a mundanização da igreja e por fim a sua destruição.

Ambiente propício a proliferação de heresias

         A principal de todas as heresias foi a constituição de um corpo de supostos “apóstolos” e depois elegeram um “patriarca” do Brasil, colocando sobre o maluco um manto púrpura, sinal de realeza, para que o megalomaníaco Terranova, se sentisse um semi-deus. Esse é o modelo do episcopado monárquico, onde um só detém o poder absoluto sobre a igreja e sobre os outros hierarquicamente abaixo dele. Essa é a única forma de se alcançar o sonho da "Mega-Igreja", adotando essa visão “papal” de liderança sobre o restante dos liderados de menor importância. Esse é o resultado de uma igreja de baixo nível teológico-doutrinário, uma igreja à mercê dos caprichos e loucuras dos seus líderes, uma igreja prestes a sucumbir biblicamente, como aconteceu com a Igreja Católica Romana.

Uma outra heresia do movimento tem a ver com o culto. O culto da igreja de “visão celular” é geralmente um culto pentecostal, consequentemente é um culto humanista, com ênfase no homem, que enfatiza as obras humanas e é um culto sem as exigências da Palavra de Deus. O Dr. Augustus Nicodemos no estudo da Bíblia disse: “Deus exige de nós que o cultuemos em conformidade com a sua vontade revelada e não de acordo com as nossas imaginações mundanas”.

Para o movimento da “visão celular”, culto deixou de ser culto e passou a ser “celebração” ou “reunião”. Eles dizem que as pessoas não querem participar de um culto, porque isso é muito ameaçador, mas elas irão para uma reunião familiar, mais informal e descontraída. Será que o Nosso Senhor Jesus Cristo errou? Será que os apóstolos que se reuniam nas sinagogas para o culto solene erraram? Será que a igreja ao longo de quinze séculos labutou em erro? Será que dos Reformadores aos Puritanos, todos eles estavam errados, em vinte séculos de história, e que somente agora, no final do século XX, os idealizadores do movimento da “visão celular” é que acertaram? Creio que não, o que eles fizeram foi deturpar os valores da igreja de Cristo e o trocaram pelo movimento humanista mundano.

Culto para o movimento da visão celular é algo bem parecido com o que vem abaixo:

Primeiro passo:
Quebra-Gelo (Já pensaram Pedro ou Paulo, antes da pregação, chamar o povo para um quebra-gelo?).
Interação: você para mim eu para você.
Atividades: Perguntas e dinâmicas
Atmosfera: Não ameaçadora, 15 a 20 minutos.

Segundo passo:
Adoração
Interação: de nós para Deus
Atividades: Louvor e Adoração
Atmosfera: reverência e gratidão – 15 a 20 minutos

Terceiro passo:
Confraternização
Interação: de todos para todos
Atmosfera: comunhão com lanche – 10 a 15 minutos
Encerramento.

         Isso é ridículo! Isso não é culto. Isso é sociabilidade humana e nada mais. O culto precisa ser realizado no templo[1] (e não em células), e deve ter os elementos ordenados pela Palavra de Deus que são:

- Leitura da Palavra de Deus
- Cânticos espirituais
- Orações
- Pregação da Palavra de Deus
- Cânticos espirituais
- Orações e ofertas, e
- Ministração dos Sacramentos[2]

Assim como o culto é deturpado, o conceito de pastorado também o é. O pastor deixa de ser pastor e passa a ser um empreendedor, gestor, facilitador, etc., sem nenhuma conotação bíblica, fora totalmente dos padrões da Escritura Sagrada. Para os líderes do movimento da “visão celular”, o ofício pastoral é a desgraça da igreja.[3] Para eles, nas igrejas de “visão celular” o ministério é tirado das mãos de alguns “escolhidos” e “é colocado no colo de muitos”.[4]


No último post dessa série, tratarei dos pressupostos anti-bíblicos do movimento de “visão celular”.







[1] Princípios de Liturgia da IPB, cap. II, art. 5.
[2] Princípios de Liturgia da IPB, cap. III, art. 8.
[3] COMISKEY, Joel. Crescimento Explosivo, p. 72.
[4] Ibid, p. 56

terça-feira, 19 de maio de 2015

MOVIMENTO DE IGREJAS EM CÉLULAS – MODELOS DE CRESCIMENTO DE IGREJAS OU PRAGMATISMO HUMANISTA

Por

Rev. João d'Eça

Tenho acompanhado o movimento de crescimento de igreja desde o ano de 1995 e participei de muitos congressos e encontros de várias vertentes desse movimento: Igreja em Células, Rede Ministerial, MCI, etc.

Nesse artigo pretendo mostrar algumas incoerências do movimento de crescimento de igreja ou movimento de igreja em célula, que no fim são os dois a mesma coisa, seja em que modelo for: dos 12, dos 10, dos 5, etc....

Já li praticamente todos os manuais de estratégias do movimento de crescimento de igrejas produzido nos últimos 30 anos, principalmente os de Cominskey e Neighbour, e uma coisa em comum que encontrei em todos eles, é que não há nenhuma fundamentação bíblica para as suas alegações. No máximo usam o texto de Atos 2.46 e 5.42 e nada mais. Aliás os proponentes do movimento igreja em células são declaradamente contra as doutrinas estabelecidas. Eu, por exemplo, já ouvi de um pastor, que ele não mais ensina doutrina em sua igreja, por ser muito difícil e que ele administra a igreja como se fora uma empresa. Lembro de ter dito a ele uma frase que eu já ouvira e que não sei quem é o seu autor, que diz: “O Evangelho te põe no caminho, mas a doutrina te mantêm nele”.

O movimento de igreja em célula começou a tomar corpo com as publicações de Paul Young Cho e depois com as várias viagens de todo o mundo para a Coreia do Sul, para se ver em loco o trabalho da igreja de Cho. Multidões de pastores saíram do Brasil e fizeram essa viagem em grandes caravanas. Eu posso dizer com toda a certeza de que o movimento de células, crescimento de igrejas visando alcançar a “Mega-Igreja” ou modelo dos 12, 10, 5 etc, nada mais é do que um movimento secular de gerenciamento de empresas (igrejas), para fazer o negócio prosperar.

Figuras Carismáticas

          O movimento gira em torno de uma figura carismática, líder e iniciador da novidade na igreja local, que mais tarde rompe com a denominação ou com o líder que estaria acima dele e dai, parte com o seu séquito para montar a sua própria igreja, onde esse líder será o dono do “negócio” e se acercará de outros líderes no convencimento das pessoas, através de gerenciamento empresarial, seguido de definição de “Missão” e “Visão” e outras estratégias necessárias para fazer o negócio prosperar.

         O interessante disso tudo é quem começou o movimento no Brasil foi a Assembléia de Deus, trazendo as ideias do Colombiano César Castellanos e o seu movimento G12. Ele diz que recebeu de Deus uma “revelação” de que ele iria pastorear um rebanho tão grande quanto as estrelas do céu. As Assembléias de Deus não deram continuidade e outras igrejas passaram a adotar o sistema mundano de igreja em célula.

         Esse sistema secular e mundano destruiu a unidade da igreja evangélica brasileira que vinha experimentando um início de avivamento desde os anos 70 e que foi barrado por essa novidade no começo dos anos 80. O movimento dividiu inúmeras denominações e igrejas desligaram-se de denominações históricas por causa da megalomania de alguns pastores que viam nesse movimento, uma oportunidade de dominação e enriquecimento.

A característica do movimento igreja em célula

         Claramente está explícito nos escritos dos fundadores do movimento, que suas características são pentecostais. Assim como César Castellanos, Comiskey também diz que Deus começou a falar com ele e lhe disse que ele teria também de começar o movimento “celular” em seu ministério.[1] A maioria dos líderes do movimento igreja em células, ou são pentecostais ou simpatizantes.

Habilidade Humana e pragmatismo

         O movimento de igreja em célula, ou “celular” está centrado na dicotomia “sucesso” e ou “fracasso”. Na mentalidade dos seus líderes, a habilidade humana de conduzir o processo é que vai definir o sucesso ou o fracasso naquela igreja local, ou seja, não depende da ação de Deus e do Seu Santo Espírito, mas da competência para o “sucesso” ou inabilidade do condutor para o “fracasso”.

         Pragmatismo pode ser definido como “fazer dar certo”, ou seja, usa-se determinada estratégia, geralmente inventada num outro contexto e trabalha-se para obter-se os resultados pré-definidos a serem alcançados, não importa como (os fins justificam os meios). Eles determinam o tempo de frutificação das pregações e ai estabelecem uma data para a multiplicação, fechamento ou reestruturação da célula.

Os líderes do movimento dizem que por experiência própria eles entenderam que o prazo de seis meses é o tempo para a célula estagnar, porque é nesse tempo que as pessoas conseguem se tolerar e é ai que o “pequeno grupo” deve se multiplicar (com 12, 10, 5 ou de outra forma), ou deve se reestruturar.[2] Com isso fica claro que o movimento de célula não passa de um método humano. Como bem disse Paul Washer: “São pessoas mundanas, pregando um evangelho mundano, para atrair outras pessoas mundanas”.

O Encontro foi “Tremendo”

         No início do movimento criaram uma estratégia de “encontros” de três dias onde usava-se técnicas psicológicas e até “terapia da regressão”, nos piores moldes espíritas, para fazer as pessoas confessarem os seus pecados ou a voltar muitas vezes até o ventre materno, para descobrir qual a razão do “fracasso” na vida espiritual. Paul Young Cho enviava os líderes de células que fracassavam, para um retiro na “Montanha de Oração”, para jejuar e orar em busca do sucesso, e os que obtinham esse “sucesso”, eram elogiados em público para servirem de exemplo.[3]

         A estratégia do encontro ainda continua na maioria das igrejas que adotaram o movimento, algumas com outros nomes, estrategicamente mudados para estarem de acordo com as pretensões de seus líderes. Na maioria das vezes, esses encontros começam numa sexta-feira e termina no domingo pela manhã, onde os “líderes” trazem os seus “discípulos” para o batismo. E há a competição entre os líderes para ver quem conseguiu mais “discípulos”. Já vi muitos jovens de outras igrejas serem levados por parentes ou amigos e de forma constrangedora, serem levados a esses batismos e nunca mais voltaram a essas igrejas novamente, mas fizeram parte da estatística dos líderes.

         Para os líderes do movimento de igreja em células, conversão e salvação são resultados de habilidades humanas e não da visitação especial de Deus. Para eles, os discipuladores precisam adaptar pessoas vindas do paganismo ao estilo de vida cristã através das estratégias e dos métodos por eles aplicados. Os livros publicados pelo movimento trazem centenas de estratégias de como multiplicar as células ou de como produzir “crentes” em série. Na Escritura Sagrada, conversão e salvação são obra da visitação especial de Deus. Não existe ninguém recebendo elogios pelos meses que passaram para “produzir” um novo crente. Na Bíblia essa tarefa é de Deus e do Seu Espírito Santo. “... Não é por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos” (Zacarias 4.6).

         Nas Sagradas Escrituras, a mensagem do Evangelho nunca foi camuflada na intenção de atrair pessoas e os apóstolos nunca montaram estratégias de fazer amizades para tentar atrair pecadores pela simpatia. O Evangelho sempre foi o Poder de Deus e sempre foi pregado não importando se iria ou não ofender o pecador. Jesus disse aos seus discípulos:

Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa.[4]


Não havia “quebra-gelo” no tempo dos apóstolos, as pessoas não eram convencidas dos seus pecados por fazer “terapia de regressão”. Eles não obedeciam o Evangelho porque as suas necessidades haviam sido supridas, inclusive Jesus repreendeu os que assim faziam: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para avida eterna, a qual o filho do homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo”. (João 6.27). O Evangelho pregado por Jesus, por João Batista e pelos apóstolos, era ofensivo e chamava os pecadores ao arrependimento. A Nicodemos Jesus disse: “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3.3).

A sobrevivência do movimento “celular”

         O movimento celular sobrevive por meio de suas estratégias humanistas, sem nenhuma ênfase nas Escrituras Sagradas. A Bíblia para o movimento está mais para um “manual de auto-ajuda”, do que Palavra de Deus. É certo que nunca poderíamos esperar que uma estratégia humanista viesse a enfatizar as Escrituras. Eles desprezam a Escola Dominical, desprezam o Dia do Senhor e desprezam todos os valores herdados da Reforma Protestante do século XVI. Eles dizem que doutrina e evangelização são duas coisas diferentes, devem permanecer separadas e uma não precisa da outra. O que vale é o pragmatismo. Isso é o resultado de um movimento que não nasceu das Escrituras. O “encontro” de células é um encontro puramente humano com uma roupagem de reunião em torno da Bíblia.



         No próximo post, vamos provar que a Bíblia não é central no encontro de célula do movimento “celular” humanista.




[1][1] Comiskey. Cresimento Explosivo. p. 12.
[2] NEIGHBOUR, Ralph. Manual do Líder de Célula, p. 113
[3] COMISKEY. Crescimento Explosivo. pgs. 25 e 97
[4] Mateus 10. 34-36

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